Cantando o Sertão!
Acalmo o teu coração,
sentindo a falta querida,
lamento a falta na vida,
dessa amiga dileta.
Sinta-se tão predileta,
qual a amada querida
pra ter sentido na vida
todo amor recomeça,
pois nada há que me peças,
pra que não seja cumprido.
Cantar agora o sertão,
do gado manso e sofrido,
pois sei, tu bem já tens lido,
sertões e grandes veradas.
Povo de vidas sofregas,
caminha a ermo sentindo
o sol escaldante curtindo
a pele já ressacada.
Matando d'uma tacada
a fome que vem sentindo.
Dormindo em lençóis de seda,
aprontam contra o sofrido.
O pobre não faz sentido
do qu'ele anda pagando,
segue na vida penando,
o corpo tão dolorido.
Abre um sorriso incontido
e ver o bonde passando.
Não fica se lamentando
nada jamais ter vivido.