Cantando o Sertão!

Acalmo o teu coração,

sentindo a falta querida,

lamento a falta na vida,

dessa amiga dileta.

Sinta-se tão predileta,

qual a amada querida

pra ter sentido na vida

todo amor recomeça,

pois nada há que me peças,

pra que não seja cumprido.

Cantar agora o sertão,

do gado manso e sofrido,

pois sei, tu bem já tens lido,

sertões e grandes veradas.

Povo de vidas sofregas,

caminha a ermo sentindo

o sol escaldante curtindo

a pele já ressacada.

Matando d'uma tacada

a fome que vem sentindo.

Dormindo em lençóis de seda,

aprontam contra o sofrido.

O pobre não faz sentido

do qu'ele anda pagando,

segue na vida penando,

o corpo tão dolorido.

Abre um sorriso incontido

e ver o bonde passando.

Não fica se lamentando

nada jamais ter vivido.

Carlos Soares
Enviado por Carlos Soares em 09/03/2010
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T2128829
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