Uma aresta entre esse mundo e eu
Na companhia do teu olhar eu me perco
Não reconheço mais nada em mim
Sentir teus olhos é sempre fim dos meus dias
E nascer duma tristeza infinita
Pensei em ser livre escolher o meu rumo
Dispersei lembranças, dissipei sonhares
E ainda assim te levei por lugares
Onde julguei que pudesse chegar
Longe das máculas serenas
Busquei-te ainda tão menino
Face branca, brancos sonhares
Mundo inteiro à frente
Moldei teu sorriso tão precioso
Que me tragava uma espada acesa
Teus olhos eram feito duas lanças
Olhando-me a alma enquanto eu dançava
Lutei contra tudo o que não se luta
Busquei por aquilo que já não se busca
E me mantive assim
Sem nenhum tempero e nem zelo
Pelo que pudesse um dia vir
Trilhei milhões de medos, desfiz meus segredos
E ainda assim ainda não consegui
Dissipar a sagrada esperança de volta
Dia lindo que quando menina
Sorrindo descobri que te amava
E que por todos os outros dias
Sonharia com teu riso de final de festa
Única aresta entre esse mundo e eu
Desse tempo que emudeceu
Na incerteza real dos meus dias.