Uma aresta entre esse mundo e eu

Na companhia do teu olhar eu me perco

Não reconheço mais nada em mim

Sentir teus olhos é sempre fim dos meus dias

E nascer duma tristeza infinita

Pensei em ser livre escolher o meu rumo

Dispersei lembranças, dissipei sonhares

E ainda assim te levei por lugares

Onde julguei que pudesse chegar

Longe das máculas serenas

Busquei-te ainda tão menino

Face branca, brancos sonhares

Mundo inteiro à frente

Moldei teu sorriso tão precioso

Que me tragava uma espada acesa

Teus olhos eram feito duas lanças

Olhando-me a alma enquanto eu dançava

Lutei contra tudo o que não se luta

Busquei por aquilo que já não se busca

E me mantive assim

Sem nenhum tempero e nem zelo

Pelo que pudesse um dia vir

Trilhei milhões de medos, desfiz meus segredos

E ainda assim ainda não consegui

Dissipar a sagrada esperança de volta

Dia lindo que quando menina

Sorrindo descobri que te amava

E que por todos os outros dias

Sonharia com teu riso de final de festa

Única aresta entre esse mundo e eu

Desse tempo que emudeceu

Na incerteza real dos meus dias.

AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 07/03/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2125928
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