POÇA D’ÁGUA
Toda a felicidade
louca e escondida
sob a poça
de óleo do meio da rua.
Protagonista.
Dona do evento,
é centro,
é atenção exposta, nua.
Eleva à sua posição
subserviente, obesa.
Oblíqua queda
pelos pés do que passa.
É vida, é traça.
animalidade externada.
é tudo, é cada
é duto e escada.
Toda a felicidade
colorida, corporificada!
encarnada no arco,
o branco, cor purificada.
Se nada é quem
tudo avisa do trem,
da divisa e do que vem
– o cruzamento, a cruz!
O credo, o pecado...
o ético, o errado...
o absoluto, o cara puto
o cara que encara.
Toda a tristeza, sim:
uma mesa, sem fim,
como uma faixa
infinita e tencionada.