Irrelevancia.

O tempo nos revela em traços rudes

São vincos e rugas contando passos

Nesta jornada quando todo espaço

Se resume, por fim, num ataúde.

A carne sofre e cede a juventude

Do sonho consumido nos percalços

As memórias dispersas aos pedaços,

Estilhaço de luz que só ilude.

Porém a vida guarda sua graça

Esgotando o fulgor da luz vital

Cada nova emoção que não disfarça

O valor constrangido do venal

Quando a pedra for pó, também a farsa,

e a verdade a mentira mais formal.