MINHAS CARTAS

Minhas cartas são tão simples como o rio

Que passa lentamente no seu curso habitual,

São pensamentos emotivos que sempre crio

Como um culto religioso, um abrigo espiritual.

Minhas cartas pobres, tão pobres como eu,

Enfeitadas pelo romantismo do mundo antigo

Onde mora as poesias do tempo de orfeu

e canta as palavras quando falo contigo.

Em minhas cartas eu desabafo o choro escondido.

Também sorrio o riso que teu olhar não vê,

Enxaguo o coração muitas vezes encardido

Pela enxurradas que a vida a mim prevê.

Cartas que choram, resmugam sem inflamar,

Esta tua alma linda que amo tanto...

Se por ti eu tiver de deixar todo sangue derramar,

Deixarei feliz o vermelho, portanto

Digo de joelhos e te juro com efeito a oração.

Não moralizo a quem para mim é a cortesia

Transformada em gente, em amigo, em irmão,

A quem homenageio nestes versos da poesia.

DIONEA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 07/03/2010
Código do texto: T2125636