MINHAS CARTAS
Minhas cartas são tão simples como o rio
Que passa lentamente no seu curso habitual,
São pensamentos emotivos que sempre crio
Como um culto religioso, um abrigo espiritual.
Minhas cartas pobres, tão pobres como eu,
Enfeitadas pelo romantismo do mundo antigo
Onde mora as poesias do tempo de orfeu
e canta as palavras quando falo contigo.
Em minhas cartas eu desabafo o choro escondido.
Também sorrio o riso que teu olhar não vê,
Enxaguo o coração muitas vezes encardido
Pela enxurradas que a vida a mim prevê.
Cartas que choram, resmugam sem inflamar,
Esta tua alma linda que amo tanto...
Se por ti eu tiver de deixar todo sangue derramar,
Deixarei feliz o vermelho, portanto
Digo de joelhos e te juro com efeito a oração.
Não moralizo a quem para mim é a cortesia
Transformada em gente, em amigo, em irmão,
A quem homenageio nestes versos da poesia.
DIONEA FRAGOSO