DOIS CAMINHOS
Alarguei a minha imaginação,
Dei asas longas os caminhos,
Por ele fiz uma peregrinação.
Voltei nos tempos em antigos ninhos.
Diversas moradias e duas cidades.
Meus pais moços depois envelhecendo
E assim me entreguei as saudades...
Meus irmãos pequenos, florecendo,
Tornando-se cada vez mais bonitos.
O caminho pelo passado finito
Azul, que aos poucos, desapareceu.
Volto da regressão. A realidade,
Que o tempo todo me conheceu,
Aponta-me hoje a verdade.
O tempo não volta, dá voltas,
Transforma e o chicote bate, corta.
Nos rostos as rugas ficam soltas.
Mocidade distante junto da mãe morta.
Tudo enterrado no tempo veloz
Que não escuta se quer a minha voz.
DIONÉA FRAGOSO