DOIS CAMINHOS

Alarguei a minha imaginação,

Dei asas longas os caminhos,

Por ele fiz uma peregrinação.

Voltei nos tempos em antigos ninhos.

Diversas moradias e duas cidades.

Meus pais moços depois envelhecendo

E assim me entreguei as saudades...

Meus irmãos pequenos, florecendo,

Tornando-se cada vez mais bonitos.

O caminho pelo passado finito

Azul, que aos poucos, desapareceu.

Volto da regressão. A realidade,

Que o tempo todo me conheceu,

Aponta-me hoje a verdade.

O tempo não volta, dá voltas,

Transforma e o chicote bate, corta.

Nos rostos as rugas ficam soltas.

Mocidade distante junto da mãe morta.

Tudo enterrado no tempo veloz

Que não escuta se quer a minha voz.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 07/03/2010
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