Escreve-se

Ninfas do Tejo cantarão por Camões,

ruirão, Vieira, os falsos Sermões,

como os casebres, Euclides, dos teus Sertões.

Haverá, Dom Cervantes de Quixote,

nova luz em outro archote.

E será, Prometeu, pelo teu fogo

que afastaremos o logro,

e o tenebroso ogro.

Afastaremos o Horror iletrado,

que exige sonhos sacrificados

e Homens aparvalhados.

Deixará, doce guerreira Clarice,

Macabéa de ser ícone de tolice.

E os teus Severinos

(retirantes de tristes hinos)

romperão, Mestre Cabral,

essa miséria da Terra de Sal.

Bebo, desses outros Poetas

que aqui me cercam,

seus puros talentos

e seus novos alentos.

E como Drumonnd, sinto estátuas entre as Acácias.

Amores e dores, beijos e audácias

novos versos em novas taças.

Escreve-se.

Espera-se.

Talvez alguém leia

e comigo creia

que nada cerceia

esse afeto que tudo permeia,

sob esse Céu de plena Lua cheia.

Para Cris, Fabiana e Guilherme.

Novas estátuas entre as Acácias.