Madrugada

È no aflorar da madrugada

Quando os galos se preparam

E as formigas fazem turnos

Quando as luzes se apagam

Que surge o poema seco

Sem saber do seu trajeto

Sem ousar calar as letras

que transformam o objeto

E é aí, enquanto dormem,

Os senhores da herança

Que se fazem os coronéis

E se acabam as crianças

Madrugada fria, escura

Que o poema é delinquente

E sofre, mata, vive, chora

O amanhecer da gente.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 07/03/2010
Código do texto: T2124515
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