PREGUIÇA
Nesta ausência natural de versos,
Talvez somente um fastio de motivos,
Quiçá pura dormência de sonhos,
Quem sabe pura preguiça de viajar.
Prefiro olhar a vidraça e avistar o vizinho,
Envolvido na lida lenta do seu pensar,
E a cadeira preguiçosa que balança e vaga,
E eu simplesmente viajo no seu balançar.
Prefiro só apreciar o tempo correndo,
As horas passando e a vida assim parada,
Queria mesmo fechar a gaveta e a cortina,
E me esconder no silêncio dos pensamentos.