SER O QUÊ...
SER O QUÊ...
Joyce Sameitat
Ser eu toda mar;
Todo dia nascer...
Ondas a arrebentar;
E no meu corpo verter...
Sem sequer me molhar!
Ser do ar este vento;
Que como brisa canta...
Sem contar o tempo;
Pois este se manda...
Está sempre correndo!
Ser do céu tempestade;
Que molha o coração...
Trazendo toda saudade;
De um passado verão...
Tão novinho em idade!
Ser uma serenata de amor;
Que em jardim floresce...
Escandalosamente multicor;
E na eternidade permanece...
Seja ela onde quiser e for!
Horizontes perdidos demais;
Que toldam a minha visão...
Ser e não ser eu nunca mais;
Só bater simples do coração...
Ser festa e euforia;
Tristeza e até dor...
Brincar na folia;
E sambar no amor!
Mais que tudo ser;
Partida e chegada...
Ver sempre renascer;
A alegria emprestada...
Em meu corpo a morrer!
São Paulo, Novembro de 2009