Fênix

Deixei de ser metade. Sou agora

inteiramente nova, nova era.

Recriada, renovada. Sou completa

ao sol de intermináveis primaveras.

Estrela sou no coração da noite,

âncora nova que retém o dia.

Sedenta de palavras e de versos.

Deixei de ser a dor: sou só poesia.

O casulo rompeu-se. Abri a asa

teci meu sonho em superfície rasa,

não há estrias em meu coração.

Fênix sou, inaugurando a sorte,

colhendo a lua e rompendo a morte

por sobre um campo onde choveu perdão.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 05/03/2010
Código do texto: T2121968