SUJEITO

Sou um sujeito sujeitado

Sujeito aos sismos sociais.

Sobrevivo suspenso,

Somando sobras.

Subsisto suspeito,

Soterrando sentimentos.

- Serei salvo?

- Salvo se souberes suplicar-Me!

Sob as sombras de um sábado soturno de setembro

Sai sozinho,

Sussurrei sessenta e seis salmos

Sem sucesso!

- Substrato, Substância... Senhor?

Sentado num silêncio sincero

Soube substituir

O símbolo sumo da supressão.

Sensivelmente,

“Santificado seja seu Sobrenome”

Soa mais sagrado.

Saudade supérflua!

Saltam aos sábios os sulcos da superficialidade subjetiva...

Sujeito?

Subespécie stricto sensu

Suturada sob a saia da servidão

Que, suando sangue,

Segue senão o sim.

Que sequer sabe sentir seu som.

Que surra as sensações

De sol a sol sustenido

Sustentado sobre sustos e suspiros

Sempre segundo,

Seguindo a saciedade

Sou somente um sedativo semântico,

Sentinela solitária

Servo sem senhor

Sem signo

Sem sal

Salivo solenemente,

Semeio o solo com sêmen seco

E sepulto-me!

De súbito,

Sou um sujeito sem ser.