INVASIVA SENHORA
A poesia escolhe um corpo
Nele habita soberana
Corre-lhe nas veias
Invade-lhe os neurônios
De tudo prova a invasiva senhora
Depois acende fogueiras em todos os recônditos
Transborda beleza
Pinta nos olhos telas
O coração torce
Depois que n’alma primaveras faz amanhecer
E no regaço outonos anoitecer
Entoa nos sentidos uma prece
Em seguida troca de endereço
E a antiga casa fenece