Elegia
Ainda que o sonho não seja meu
Ainda que não o tenha sonhado
Entristece-me sua inconclusão
E me decepciono na distância
Na minha ausência presencio o fato
A concretude não é dócil como a quimera
Não aquela que se apresentou em insistência
Não me alegro com a derrota do atleta
Sua queda não me causa risos
Penso o caminho
Sinto o caminho
Se não é o meu,
Bem poderia trilhar semelhantes vias
O mesmo jamais
Mas um próprio e bem-parecido...
Talvez
O negativo deste fato não me alegra
O inverso desta vitória não me satisfaz
Não!
É, ainda torço por finais felizes
Não apenas para mim
Mas para que finais felizes sejam possíveis
Talvez seja o que me mantém humana
Uma ligação àquilo que me é brutal
A um estado de tragável
Uma elegia se instala em mim
Tristeza genuína por mágoas
Que poderiam ser apenas alegrias consumadas
Mesmo que consumidas pelo tempo...