Acorrentei minh ´alma
Águida Hettwer
Desci os degraus do meu âmago, doce e frágil, pisando em cristais quebrados, chagas expostas, dores que a alma carrega ao longo dos anos.
Tristezas embalsamadas, histórias mal contadas, os olhos fingindo não ver...
As mãos calejadas, pálpebra cansada, lembranças em cada canto da casa, retratos rasgados, molduras quebradas, o pranto suplica em descer.
Acorrentei minh´ alma no toque dos teus carinhos, seguem meus passos por onde vou, perturba-me a mente, tristeza bate na porta de repente.
Solidão assola, um minuto transforma-se em horas sem os beijos teus.
No enlace dos corpos, o calor envolve acalenta a alma sofrida.
Na entrega de nossas almas, junção do sol e da lua em plena luz do dia, o coração explode o sentimento flutua pelos ares.
Acorrentados vagamos pelo universo, sonho perpetuado, coração pulsa forte, num mesclado de dor e alegria.
Difícil entender o enigma que o coração esconde.
08.08.2006