HÁBITO
A minh’alma está inteira
À flor da pele da palavra
Da palavra de uma vida inteira
Nem a última
Nem a primeira
Habito a semente
Que se transforma e brota
Planta frágil
Da frase corriqueira
Eu me dou versos à minha imagem
E dessemelhança
Eu me dou ilusões
E elimino a erva daninha
Da esperança
A dor é meu estado normal
A dor é meu cachimbo
E minha boca entorta