Do Ágon apenas um vulto

Há uma lágrima ao amanhecer.

Há um ranho após a ceia.

Notas amorais, em tons amorais...

Enquanto esta água

- Quente ou fria -

Encontra a nós mesmos...

Dentre os espelhos.

Há ainda uma sombra...

De dúvida, na luz que demonstra...

E, se um dia,

Vocês encontrarem

Esse tal Ágon,

Me avisem!

Preciso urgente debruçar-me em seus joelhos,

E rir tardes inteiras.

Pernoitar de culpa, em seus seios;

Beijar-lhe a mão;

Estapear-lhe a face;

Urinar em seus restos;

Rezar ao deus dos mortos...

Para possuí-la a carne.

Deixando, aos meus filhos,

A sabedoria do esquecimento

Até meus netos, em seus bisnetos...

Enxergarem um vulto na calçada,

Nos altos da Avenida Madrugada.

Sorrirão...

Com toda a estética de mendigo dançando!

Sorrirão, apenas...

Com toda a delicadeza de ancestrais de fantasias dançando!

Sorrirão...

Então lembrarão, sem memória alguma.

E estarei vivo outra vez.

Eis que gritarei de fúria, em escárnio:

“- Merda!

Assim não há condições...”

(Cidadão Perspectivista)

L.F.S.M.

Luiz Felipe Cidadão Perspectivista
Enviado por Luiz Felipe Cidadão Perspectivista em 03/03/2010
Código do texto: T2118214
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