Do Ágon apenas um vulto
Há uma lágrima ao amanhecer.
Há um ranho após a ceia.
Notas amorais, em tons amorais...
Enquanto esta água
- Quente ou fria -
Encontra a nós mesmos...
Dentre os espelhos.
Há ainda uma sombra...
De dúvida, na luz que demonstra...
E, se um dia,
Vocês encontrarem
Esse tal Ágon,
Me avisem!
Preciso urgente debruçar-me em seus joelhos,
E rir tardes inteiras.
Pernoitar de culpa, em seus seios;
Beijar-lhe a mão;
Estapear-lhe a face;
Urinar em seus restos;
Rezar ao deus dos mortos...
Para possuí-la a carne.
Deixando, aos meus filhos,
A sabedoria do esquecimento
Até meus netos, em seus bisnetos...
Enxergarem um vulto na calçada,
Nos altos da Avenida Madrugada.
Sorrirão...
Com toda a estética de mendigo dançando!
Sorrirão, apenas...
Com toda a delicadeza de ancestrais de fantasias dançando!
Sorrirão...
Então lembrarão, sem memória alguma.
E estarei vivo outra vez.
Eis que gritarei de fúria, em escárnio:
“- Merda!
Assim não há condições...”
(Cidadão Perspectivista)
L.F.S.M.