Corbijn Girl (vestida de negro)

Eis a casa onde tudo acontece...

Onde me desfaleço à sombra de amplas cortinas

Por ela desço ao sótão e não reluto

Tanta indiferença só umedece-me as retinas

Recebe-me sempre coberta por um negro véu

Aqui, todos a conhecem por Corbijn Girl

Seu olhar excitante me reprime, sabe a hora de altercar

Implorando-te, nunca deixei de tentar lhe agradar

Sob injúria e exação não eximo em refutar e propicio o domínio

Em insulto ela não me diz uma palavra sequer

O preço da companhia pagarei em vicioso tributo

Privo-me de razão diante daquela mulher

Vestida de negro e a me fitar, lentamente...

... Cai sobre mim, traz-me o corpo e dá-me a dúvida

Eu, benevolente, vejo no espelho uma imagem dúbia

Sou apenas um reflexo em seus olhos escuros

Crio uma representação latente distorcida de mim mesmo

Tornei-me peça do seu jogo e, nele, me movimento a esmo

*À Anton Corbijn (Strijen, 20 de maio de 1955), fotógrafo e cineasta.

*Baseada em Dressed in Black (1986), canção do Depeche Mode

Marciano James
Enviado por Marciano James em 03/03/2010
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2117654
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