Santo Deus, tanta saudade
Do cheiro do teu corpo!
Saudade do teu tocar de mansinho.
Tocando-me no ponto exacto,
Beijando-me devagarinho,
Com todo o tacto,
Levando-me ao cume do prazer,
Relembrando-me em cada caricia,
O meu estatuto de mulher!
Saudades meu amor,
Dos nossos fluidos se combinando,
Sem vergonhas nem tabus,
Saudades das horas, em que viajámos,
Por entre afagos e meiguices,
Nossos corpos sempre nus!
Sem querermo-nos apartar,
Desejando só eternizar,
Cada climax apoteótico!
Aqui jazo agora, na Terra de Ninguém,
Vivendo na saudade,
Nesta angústia de não ter réplicas,
De não mais me afundar nos teus braços,
E reactivar todo o magma do vulcão
em que me transformaste!
Agora findo-me em pedaços,
Quais escolhos…Que arrefecem, abandonados,
Acabando-se , transformados,
Em lágrimas,
Em meus tristes olhos!!