ofício de fera
sou uma indefinida trilha em teu corpo dourado
estirado ao meu nestas formas de se fazer
o que se tem de inventar
um romance que parece fome
e é um jeito úmido de farejar
desejos trejeitos relances
gozos nus no serenar de palavras
em que tua imagem corta meu sentir
e cria castelos de pensamentos
que desanuviam o intento de estar na cama
abrindo os sintomas de areia
ou grama na liberdade da carne
garras recolhidas (expostas) olhar seguro
passo firme e manhoso
salto macio destreza de rugidos aos teus ouvidos
pêlos línguas banhos lambidas
instinto animal no tal amor que ama
em brincadeiras
a melodia
dos selvagens delírios
quando dormem as feras _ tranqüilas.