Escuridão
Lá no fundo, no escuro
Junto às criaturas estranhas jamais vistas
Na imensidão do azul marinho
Ela descansa
Porém, não tão bem quanto gostaria
Algumas ondas insistem em acordá-la
E de vez em quando se assusta
Por não conseguir enxergar a saída
Ela tenta nadar até a superfície
Mas se sente cansada no meio do caminho
E volta para o esconderijo
Onde tudo é mais ou menos conhecido
Não queria estar sozinha naquele lugar
Queria alguém ao seu lado para ao menos vê-la sofrer
Sofrer a dor da incapacidade de erguer-se e respirar
Mas lá não se escutam outras vozes além das suas
Mesmo assim ela berra
Um grito silencioso e ensurdecedor
Que faz sangrar o coração e a alma
À espera de uma simples resposta
Como não vê saída
Não vê luz, nem sombra
Ela deita e descansa
E espera que dessa vez as ondas não a acordem.