Escuridão

Lá no fundo, no escuro

Junto às criaturas estranhas jamais vistas

Na imensidão do azul marinho

Ela descansa

Porém, não tão bem quanto gostaria

Algumas ondas insistem em acordá-la

E de vez em quando se assusta

Por não conseguir enxergar a saída

Ela tenta nadar até a superfície

Mas se sente cansada no meio do caminho

E volta para o esconderijo

Onde tudo é mais ou menos conhecido

Não queria estar sozinha naquele lugar

Queria alguém ao seu lado para ao menos vê-la sofrer

Sofrer a dor da incapacidade de erguer-se e respirar

Mas lá não se escutam outras vozes além das suas

Mesmo assim ela berra

Um grito silencioso e ensurdecedor

Que faz sangrar o coração e a alma

À espera de uma simples resposta

Como não vê saída

Não vê luz, nem sombra

Ela deita e descansa

E espera que dessa vez as ondas não a acordem.

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 01/03/2010
Código do texto: T2114394
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.