De Coração
Esse coração, que pulsa interminável
E pulsa o sangue desta terra.
É quente, neste sol ofuscante.
E rubro, como a rosa que me encara.
Neste coração forte e incansável
Habitam todas as coisas que importam.
Este coração que dizem ter o tamanho do punho,
Posso dizer, é extenso além dos limites das batidas.
Um coração que chorou e sorriu, escutou, doeu.
Tão remoto quanto a floresta antiga.
Nestas veias emaranhadas, ainda guarda o amor
E o frescor que veio da chuva desde tempos esquecidos.
Que enegreceu e viu a maldade, e então sobreviveu.
Quando a queda dos homens for iminente
Este coração incessante e bravo, ainda vai permanecer.
Latejando além das mãos e do corpo.
Emana da própria terra, das águas.
Retumba pelo vento, e queima aos olhos ardentes.
E ficará aqui para sempre, experiente e incansável
Quando a canção do mundo não puder mais ser ouvida.