É TEMPO DE AMAR
No calçadão densamente povoado
as pessoas correm pressurosas,
atrás de seus relógios ensandecidos, velozes
como se o intumescido formigueiro humano
de súbito,
fosse pisoteado
num impactante contraste
eis a bolinha de sabão,
feito jóia irisada, centelha de colibri
faz seu pequeno périplo suave, ascendente
sublevando como que sob o som,
de violinos enternecidos
lá embaixo,
o olhar encantado da garotinha
com o dedinho de nácar indicando
que a vida, sim
é feita de pausas longas
quais cilindros de oxigênio
e muitas vezes carece
desta doçura que a poucos fascina
da ternura que não pede rima
nesta alva candidez de criança
em seu deleite pueril
mas com a frágil resistência
nos seus bracinhos de begônia
é puxada com força pela mãe
para o sumidouro
indiferente & arfante
das gentes
pensei em como a vida é efêmera
quanta fragilidade, fugacidade
e aquela tenacidade das coisas
e dos desejos
de repente se dissolve,
tão evanescente,
inapelavelmente
quanto a pequena viagem vital
de brilho e cores que se apagam
feito bolinha de sabão
pluft ploc!
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