INSTANTE POÉTICO
Um poeta só é poeta
no poético instante.
Antes,
há uma fissura - ave inquietante -,
a incitar-lhe o corpo,
a perturbar-lhe a alma.
Num momento vão,
voa da mente à mão
e pousa-lhe na palma.
Durante,
perde-se nas plumas – carícias rimadas -,
em penas soltas, peles excitadas.
Faz do papel lençol, grafando amores,
liquefaz-se o sólido em suores,
o verso em ápice
e um momento épico,
rígido, suavizando ardores
em delírio de letras.
Depois,
quando o coração, razão e instinto
nesse ato se consomem
num momento extinto,
de emoção fugaz,
do poeta a poesia se desfaz
e nele fica simplesmente o homem.
Um poeta só é poeta
no poético instante.
Antes,
há uma fissura - ave inquietante -,
a incitar-lhe o corpo,
a perturbar-lhe a alma.
Num momento vão,
voa da mente à mão
e pousa-lhe na palma.
Durante,
perde-se nas plumas – carícias rimadas -,
em penas soltas, peles excitadas.
Faz do papel lençol, grafando amores,
liquefaz-se o sólido em suores,
o verso em ápice
e um momento épico,
rígido, suavizando ardores
em delírio de letras.
Depois,
quando o coração, razão e instinto
nesse ato se consomem
num momento extinto,
de emoção fugaz,
do poeta a poesia se desfaz
e nele fica simplesmente o homem.