De que outra forma treinar os olhos
De que outra forma treinar os olhos
Se estes se entregam
às ilhas de luz
e se afogam no oceano vasto?
Dizem desejar devorar o céu
Quando devoram a sí mesmos;
E essa é a ordem natural das coisas.
Não existe ânsia de céu
quando se imagina que se é
Enorme constelação
E se deixa sentir
a brisa do oceano
que entra por cima
da Serra do Mar.
É impensável para os olhos meus
não perceberem
a abóbada configurada de pássaros,
e ares,
e flores,
e correntes de sons.
É absolutamente impossível
que os olhos possam
não sentir espanto
com as cores das estações
Impressos que estão
das próprias cores
e dos próprios mistérios.
Permaneçam, olhos,
narcisistamente fitando
O próprio destino.
Por que não se deve temer
o que é certo
mas sim o que não constitui
a própria natureza.