Eleição = Emprego ou Readmissão
Aí vem ela de novo
A ladainha
Como uma velha rainha
Que perdeu a compostura
Bêbada de dar gastura
A repetir o refrão:
“Vote em mim, não sou ladrão”.
Cínica, ei-la de volta
Com todos os seus zumbidos
Escravizando os ouvidos
Gritando bem alto pro ar
“As coisas têm que mudar”
Canção velha, tão antiga
Que a aparência castiga
Dá vontade de chorar.
Aí vem ela maçante
A cantilena
Poderia ate dar pena
Não fosse a sabedoria
Dessa esperta minoria
Ávida por seu pedaço
Apostando em meu cansaço.
Ei-la voltando humilde
Depois de muito enganar
Com todo o seu blá, blá, blá
Mentira é safra da boa
Seu grito bem longe ecoa
Promete o que não vai dar.
Eis que volta a lengalenga
Sem trazer nada de novo
Repetindo a palavra povo
Como sendo seu devoto
Que garante vida boa
Até para quem vive a toa.
É como criança chata
Pra conseguir pirulito
Apela logo pro grito
Nem liga se incomoda
O povo daquela roda
E o pai, para se livrar
De quem tanto o aborrece
Dá-lhe logo o que almeja
E volta pra sua cerveja
Único jeito foi dar...
Lá se vem a litania
Fingindo modernidade
Para o povo desta cidade
Pode de novo enganar
Único jeito é lhe dar
Aquilo que geme e pede
Deixar que pense que cede
Fingir-se hipnotizar
Como aturá-la
Sem sufocá-la
No porta-mala
Até matá-la?