[Desconstrução]

...vivo de paradoxos,

repito o inédito:

cada um, cada um...

o sujeito com os seus espelhos,

com os seus instrumentos,

[ou desinstrumentos],

desconstrói o que pode,

o que dá conta de,

e decompõe a dor,

trágica e inutilmente...

Analisar é sofrer

pelas repetentes

segundas,

terceiras,

quartas

vezes - quantas mesmo?!;

Se eu fosse um pintor essa seria

a minha língua, lenta, constante:

o beijo na corredeira das gotas

a descer pelo ventre estuante,

e pela vidraça irresponsável,

a lua esfriando a cena,

o palor da sua luz morta...

[Penas do Desterro, 27 de fevereiro de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 27/02/2010
Reeditado em 22/04/2012
Código do texto: T2110410
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.