Foi verso que esculpo
Foi verso que esculpo
A noite estava dentro da casa
O lábio acendia em dor de sede
A camisa caiu-me em pós de além brasa
Envolvi-me numa extinta dura rede
As mãos prenderam-se ao peito
Que eu não sentia como meu
Era o corpo desfeito
Em golpes de um amor que morreu
Esculpia a palavra o mais belo poema que consagrei
Nem a chuva alastrava a lama intensa pela rua
Dedicava-te essa flor que resgatei
De um fogo que ardeu em pele tua
Observaste com um sorriso de ironia
Nem a minha tristeza se reflectiu
Era demais esta indiferença
Aguardo por ti num verso que sucumbiu
Lacrima D’oro