Foi verso que esculpo

Foi verso que esculpo

A noite estava dentro da casa

O lábio acendia em dor de sede

A camisa caiu-me em pós de além brasa

Envolvi-me numa extinta dura rede

As mãos prenderam-se ao peito

Que eu não sentia como meu

Era o corpo desfeito

Em golpes de um amor que morreu

Esculpia a palavra o mais belo poema que consagrei

Nem a chuva alastrava a lama intensa pela rua

Dedicava-te essa flor que resgatei

De um fogo que ardeu em pele tua

Observaste com um sorriso de ironia

Nem a minha tristeza se reflectiu

Era demais esta indiferença

Aguardo por ti num verso que sucumbiu

Lacrima D’oro

Lacrima Doro
Enviado por Lacrima Doro em 27/02/2010
Código do texto: T2110070
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