meu pobre mar
meu pobre mar
se nao me engano
ja' foi oceano
correntezas
sinuosas
ondas vultosas
traicoeiras
aguas claras
brilhantes
e azuis
hoje raras
rasantes
passageiras
fazem meu corpo
quieto
inerte
nada mais ja' me conduz
triste agora
vejo borear
a tua aurora
teus espaços
estrelas
e quantas
tantas e tantas
que são
não me cabem nos braços
nao te posso contar
enquanto eu
que preciso tanto
um maremoto
um furacão que seja
uma corrente só
é tanto
que o meu corpo deseja
que me alcance
quente
fluente
que me movimente
que me agite no peito
que me faça solto
afeito
afoito
que traga a calma
em mim
quem me acalente
por fim
a alma