LIBERTY AND FIRE
fotografia recolhida da Internet,
LIBERTY AND FIRE
Carmen l. Fossari
Tinha as mãos apontadas para o alto
E carregava uma tocha acesa
Pensava ser mais que uma estátua
Aos seus pés corpos retorcidos
De latas e níquel
Tudo rebatido pelo ferreiro
Que moldava armas
Vinha de uma família belicosa
E por isto mesmo
Poderosa de todos os risos guardados
E goles de uisque engarrafados ao bom malte escoces
Olhava abaixo e sorria satisfeita
Só parava quando percebia que era Apenas uma estátua
Amava depois do fogo de sua tocha
Os tanques de guerra, na seqüência profana
Era sua segunda paixão
Ignorava os tanques
Das mulheres empobrecidas esfregando trapos de roupas
Dos seus entes doentes de pobreza, amados a não mais saber
Por elas,as mulheres que não eram estátuas
De úteros repletos de dádiva e compreensão.
A mão estendida, às vezes vagava em braços de rios
Oi rios sem água potável, apodrecidos aos dejetos
Mas servindo a produção de tanto e quanto
E ainda mais, coloridos totens de consumo
O carro do ano, a marca do relógio, a logomarca
Do outro continente, o aquecimento do comércio
O comprar sem nem porque nem prá que...
Depois ao escutar dos subúrbios
De todas Américas terras, o silvo
De tiros, de jovens corpos ao chão
O único que lamentava, era
Estar impossibilitada de lavar as mãos
Tal Pôncio Pilatos.
Na trégua dos ardis violentos dos tempos
Da mais valia soberba sorria
E era feliz, pela Liberdade
Uma Estátua!