FADO SENSATO

Livre-me da penumbra que não tem mais fim.

Ore pra que a história mude logo o rumo.

Agora, vento, leve o desumano.

Lamenta-se por não ter onde se apoiar.

A noite cresce na face da terra.

O sol pede aos homens o amém.

Pousara sobre a mesa a migalha de cada dia.

A luz no fim do túnel é uma explosão.

Encha os baldes que a fonte está secando.

Têm dez minutos para o último orgasmo.

Os humanos lavam o mal com lágrimas.

Enquanto matam a fome com baratas.

Mas filtraram o mar de lama

e as lágrimas proporcionaram um dilúvio.

Salvou-se quem sabia boiar.

Salvou-se quem sabia voar.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 25/02/2010
Reeditado em 20/09/2017
Código do texto: T2107939
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