RÉSTIA

A mesma prole esgota a fala

do discurso infeliz.

A mesma curva esgota a estrada

do sábio aprendiz.

De medo em medo

o escuro traça o seu legado,

com as raízes de um sábio

ingênuo mal fadado.

E as pontes são sobre as ruas

as flamas, as lamas, as sondas...

Algemas!

Corpo dourado envolto em ouro

iguala à razão,

encruando a contramão

da rede pudica.

Liberdade são quatro paredes

e portas fechadas,

lençóis, a cama, algidez ao mundo

e o sexo.

E os túneis são sob os rios,

o lírios, os cilios, os risos...

Os cios!

Nos trilhos vão com cabresto,

temendo os seus pecados,

os rotos, os ocos, os reles, os tolos.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 25/02/2010
Reeditado em 19/01/2015
Código do texto: T2107917
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