Dimensões

Ó tu, que habitas os meus sonhos,

Quando chegarás?...

Por entre as nuvens do tempo,

Continuo te esperando.

Tua ausência foi este vazio,

Teu não-ser, esta desesperança!

Tudo é falta:

Dos dias que não vivemos,

Dos sorrisos-lágrimas

Que não sulcaram as nossas faces!...

Que nome tens

E por que tanto te demoras,

Ó tu, nascida e tantas vezes renascida

Dos meus imensos devaneios?...

Sofro a ânsia de materialização

Desse vulto, às vezes nítido, às vezes vago...

Pois o tempo-sonho já está se consumindo.

Dobrando da vida a próxima esquina,

Talvez – quem o sabe?...

Tu, nessa mulher,

Que decodifica, fremente,

A mensagem do meu olhar,

Já tenhas chegado!

Copyrigh© 1994 by Antonio Maria Santiago Cabral

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 06/08/2006
Reeditado em 26/05/2014
Código do texto: T210631
Classificação de conteúdo: seguro
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