Dimensões
Ó tu, que habitas os meus sonhos,
Quando chegarás?...
Por entre as nuvens do tempo,
Continuo te esperando.
Tua ausência foi este vazio,
Teu não-ser, esta desesperança!
Tudo é falta:
Dos dias que não vivemos,
Dos sorrisos-lágrimas
Que não sulcaram as nossas faces!...
Que nome tens
E por que tanto te demoras,
Ó tu, nascida e tantas vezes renascida
Dos meus imensos devaneios?...
Sofro a ânsia de materialização
Desse vulto, às vezes nítido, às vezes vago...
Pois o tempo-sonho já está se consumindo.
Dobrando da vida a próxima esquina,
Talvez – quem o sabe?...
Tu, nessa mulher,
Que decodifica, fremente,
A mensagem do meu olhar,
Já tenhas chegado!
Copyrigh© 1994 by Antonio Maria Santiago Cabral