AMBIGUIDADES DE MULHER

Sou a mulher que chora

Aquela ri para esconder uma lágrima

Sou a que pinta a boca

Desejando-te toda hora

Sou aquela que deita na cama

E suspira pelo homem que ama

Sou a infalível

Que sempre ta sujeita a falhar

Sou o que não desejaria ser

Mesmo querendo ser

Sou a ironia da noite

A ambigüidade do dia

A princesa malvada

A bruxa boazinha

Sou a insuportável

Que te suporta

A historia, a personagem

A luta e a coragem

A mocinha que sabota

A vilã que te namora

A mulher que te adora

A que mente que odeia

A mulher amuleto

Que procura um talismã

Aquela que olha

E jura que não viu

Que mente para proteger

Que diz a verdade sem querer

Que ajuda a atrapalha

Quando ainda pensava em ajudar

Que comenta sem quer

Que não aceita fofocar

A menina que quer ser grande

A mulher que prefere o amante

Aquela que tem todas as respostas

Quando já não se tem mais perguntas

Que se entrega por inteiro

E ainda escreve o roteiro

Que enlouquece com seu perfume

Que bebe da porção do ciúme

Sou aquela perdida

A errada que estava certa

Sou de carne, sou de espírito

A futura mãe dos seus filhos

A gostosa que se acha feia

A insegurança que é segura

A bela acordada, que beija sapos

Que ainda acredita nas fadas dos contos

Aquela que ninguém manda

Mas é escrava das suas paixões

A traída fiel, a amante perfeita

Que sabe quando é hora de se fazer de freira

Que pinta sonhos e desenha quadros

A artista perfeita, a nora dos sonhos

Que é sensível, que é astuta

Que sabe ser dama, mas tem dons de puta

A ajuizada que perdeu o juízo

A sóbria que bebe

A doce, sempre gentil

Que pode te mandar para a puta que pariu.

A Confessora
Enviado por A Confessora em 24/02/2010
Reeditado em 24/02/2010
Código do texto: T2104718
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