Madrigal*

Vieste ver-me verão
Poesia ardente
De sóis intensos nas rimas
E mornos abraços
Em versos de alaranjada alquimia...
Vieste amar-me outono
Corpo e alma esvoaçados
No pó das folhas ouro
Nos ritos dos caules despidos
Reclinando-se coração e libido...
Vieste possuir-me inverno
Em ventos de palavras cinzas
Sombrias sombras nos olhares
Chuvas de gotas gélidas
Em poemas de geladas quimeras...
Vieste tocar-me primavera
Um fulgor de cores nos dedos
Como um beijo de veludo
Nasci botão de rosa pura
E aflorei carícia na tua pele nua...
E ainda trago-te
Tapete de sonhos idos
Ciclo da minha vida
Convoco-te dádiva em meus sentidos.


Karinna*

Karinna
Enviado por Karinna em 23/02/2010
Código do texto: T2103954