Translúcida
Estou translúcida,
Translúcida de mim mesma,
Da minha paixão, da minha loucura.
Fui pássaro maluco, fui mulher de muitos,
Ah... Fui suspiro, os desejos, a carne de muitos,
A musa dos sonetos, fui deusa de muitos.
Estou translúcida,
Girando minha loucura,
De paixão, paixão que cega e fere.
Ah, bati asas imaginarias,
Voei nos sonhos dos homens e poetas, fui amada,
Fui rainha, soberana, fui inspiração de muitos.
E agora vivo na beira, no esquecimento,
Musa apagada, quem lembra de mim?
Virei pagina rasgada.
E agora corro, corro no riso da loucura,
Corro nos sonhos e lendas das bocas das crianças
E das ruas de terras bato asas imaginarias translúcidas.
(Rod.Arcadia)