Translúcida

Estou translúcida,

Translúcida de mim mesma,

Da minha paixão, da minha loucura.

Fui pássaro maluco, fui mulher de muitos,

Ah... Fui suspiro, os desejos, a carne de muitos,

A musa dos sonetos, fui deusa de muitos.

Estou translúcida,

Girando minha loucura,

De paixão, paixão que cega e fere.

Ah, bati asas imaginarias,

Voei nos sonhos dos homens e poetas, fui amada,

Fui rainha, soberana, fui inspiração de muitos.

E agora vivo na beira, no esquecimento,

Musa apagada, quem lembra de mim?

Virei pagina rasgada.

E agora corro, corro no riso da loucura,

Corro nos sonhos e lendas das bocas das crianças

E das ruas de terras bato asas imaginarias translúcidas.

(Rod.Arcadia)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 23/02/2010
Reeditado em 30/03/2014
Código do texto: T2103350
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