Auto-Punição


Na esterilidade da minha existência,

existe uma chama, que recusa a extinção!

Persiste sempre em mim,

A vontade da revolta amotinada!


Mas, contra quem invisto eu?

Que moinhos de vento, se me opoêm??



Combato, cegamente, uma miragem,

Inimigos inventados,

Esgoto-me, qual ave de asa ferida,

Lutando contra a tormenta,

Num esvoaçar angustiante!



Impotente, rendo-me ás Forças Superiores,

Definho, por entre as folhas secas dos plátanos,

É Outono lá fora, mas o meu Inverno chegou prematuro!



É o Fim! Ninguém, chorará por mim,

Serei Húmus, finalmente,

Na esperança de ser seiva, numa flor,

Quando a Primavera chegar...!
Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 06/08/2006
Reeditado em 12/06/2010
Código do texto: T210237
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