POEMA DA FATALIDADE

não,

não foi o acaso...

e nem os cadernos espirais cheios de poesia adolescente

que me fez te amar tão assim,

assim: intensamente!...

[não, não foi o acaso!]

e nem a esperança de não mais seguir ao encontro do sozinho,

e nem os teus olhos muitissimamente esverdeados

que me fez te amar com a intensidade

dos que dão um chega-pra-lá às formas novas

[não, não foi o acaso!]

e nem a harmonia do velho samba-canção,

e nem pelo fogo que tomou o quarto, quando no primeiro encontro

que me fez te amar com a intensidade dos sensatos

[não, não foi o acaso!]

e nem o dia, e nem a tarde, e nem a noite, e nem a madrugada,

e nem por cada instante em que me guardavas

que me dei a este amor entregue,

cheio de serenidade

[não, não foi o acaso!]

foi a fatalidade

– a irmã gêmea do destino –

que me fez ver no amor as formas tuas!...