DAR UM TEMPO

Em meus versos não há resposta.

Um diz que são bons,

outros dizem que gostam...

Me satisfaz escrevê-los,

como a verter em letras

o que está dentro, aqui.

Mas também versos têm intenções.

Dizia que a racionalidade

sem uma intenção

não oferece uma conduta.

Um computador não sabe se canta

se mantra, se santa, se puta.

Em meus versos busco o plural

que deixa magnífico o banal

Tudo é banal em nós!

Nosso sexo, nosso urro animal!

entretanto fala teus erres...

E não há o que aqui não derreta.

este meu último poema.

Derradeiro, antes de dar um tempo.

O vento modela duna aos poucos

A destrói se sopra sempre...

Minhas letras descansarão

mornas, em banho-maria.