CABRAL NAVEGA NO CÉU (*)

A inscrição na lápide de Cabral

À Dona Isabel, sua esposa, é dedicada.

Foi camareira – mor da infanta Dona Maria.

E sobre o descobrimento nem uma palavra, nada.

Será que o navegador perdeu um lugar na História?

Não foi merecedor de homenagem em sua memória?

O que restou de Cabral com exatidão não se sabe,

Até hoje, onde está localizado.

Em um túmulo provisório Cabral foi sepultado

Ao falecer a esposa seu corpo exumado

E ao lado dela na igreja outra vez enterrado

Por muito tempo o túmulo esquecido.

Turistas exigiam saber

O motivo de a inscrição conter

Palavras à mulher sem o marido.

Aberto inquérito para investigar o fato

No jazigo, restos da ossada

De um carneiro e três humanos encontraram

Mistério! Apenas as duas ossadas esperavam!

Parcos os recursos naquela ocasião

Impediram, dos corpos, a identificação.

D. Pedro I encabeçou campanha nacional

Para o Rio de Janeiro o translado requerido

Dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral

Mas, o sepulcro que deveria conter sua ossada

Pasmados todos, foram achadas cinco!

Quando ao Brasil chegou, tão esperada,

Parte da ossada estava misturada.

Além de tudo, a Igreja de Belmonte,

Cidade onde Cabral nasceu,

Oferta de Santarém recebeu

A de guardar o que julgavam ser

A ossada verdadeira do Almirante.

Esta tem sido a principal razão

Da ossada de Cabral não se saber

Qual é de fato a localização.

Estudiosos, mas sem muita certeza,

Explicam ter sido a sepultura violada

Quando ocorreu a Invasão Francesa.

Pedro Álvares de Gouveia o nome de batismo

O sobrenome paterno mais tarde recebido

Aos morrer o seu mais velho irmão.

Somente primogênitos tinham tal privilégio.

Pedro era o segundo. Que sortilégio!

O heroísmo da família foi por Cabral herdado

Que na lusitana expansão havia lutado.

Cabral era orgulhoso, irascível e brigão

Da corte acabou banido,

Desentendeu-se com todos na Lisboa de então

Embora um dos homens mais poderosos do reino tenha sido.

Criado na corte de Afonso V,

Era culto e no manejo das armas habilidoso.

Lutando no Marrocos, moço ainda, a malária contraído

Febres crônicas, talvez, causas do mau humor exibido.

Esse jovem o Rei Dom Manuel nomeou

Para o comando da maior armada construída em Portugal

Com treze embarcações e por mais de mil homens na tripulação

O caminho para as Índias seguir e as especiarias trazer.

Para nas Índias feitoria estabelecer

A Coroa portuguesa enviou a expedição

A qual ricos mercadores florentinos acorreram.

Vasco da Gama preparou a viagem.

Em nove de março a frota zarpou de Lisboa.

Afastando-se das ilhas africanas mais que o usual

(Supõe-se hoje, que de modo intencional)

Chegaram ao brasileiro litoral.

A frota se pôs novamente ao mar

Prosseguindo a rota até as Índias chegar.

E com seis embarcações apenas, retornado

No ano seguinte em Lisboa festejado

Na Corte, era Cabral prestigiado.

Enquanto esteve ausente,

Nova armada preparada e da qual seria comandante.

A sorte deu as costas ao Almirante.

Vasco da Gama, adversário, estava

Do preparo da viagem encarregado

O seu tio Vicente Sodré, designou

E do comando então foi afastado

Exasperado Cabral se rebelou

Ao Rei tal rebeldia irritou.

Em desgraça, em Santarém foi exilado

Dom Manuel negou-se a perdoar.

Morre Cabral, triste e esquecido

Pois nunca mais voltou a navegar.

(*) texto baseado em

Rosane Volpatto, Brasil Mitos e Lendas

In

http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendabrasil1.htm

História do Mundo © Copyright Portal Brasil Escola.com

In

http://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/ossada-desaparecida-pedro-alvares-cabral.htm