Desisto !
Desisto de colher estrelas
no céu da minha ilusão
De vestir os dias de fantasias
para enganar o trôpego coração
Desisto de fazer sorrir as flores
Que morram como os falsos amores
afogadas no arquipélago da dor
pelas turbulências da paixão
Desisto de beijar a boca da poesia
de acordar os versos da letargia
que por simples rebeldia
pisou nos prostituídos sonhos
Desisto de sentir o perfume da saudade
que por pura maldade
fez defunto os meus dias
cobrindo-me com o véu do sofrer
Recolho-me aos prostíbulos da solidão
sem nenhum medo de padecer
Rezo o terço da libertação
Grito para vida: quero o gozo do viver!
Recife -PE
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