Adão

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados com a consolação com que nós mesmos somos consolados.”

Eu nasci da morte de meus pais

Salvo em destino rubro pela fé sobre guerras

Onde terras escondem os que dormem sem sentirem

O sono vagar no suspiro de seus corpos.

Ignorante eu tomo a água de suas bocas

Tal qual uma fera sedenta contrária a sua espécie

Que livre dos céus suspende as forças contra a vida

Faz nascer a derrota das rochas da fortaleza

Sinto que nasço de novo do primeiro ser contínuo

Um homem além de um homem de sangue e carne

Por três sóis, três graças e o cântico da vida.

A alma precisa de glória, de luz, de tempo.

Justifique minhas palavras na força da expressão,

No fôlego dos mártires, nas chamas de inquisidores.

A mão fará dos mares vir a febre e do magma a esperança

Todas as forças de todos os nervos colherão o mesmo fruto.

A união será a mesma, o homem um só

Herdeiros de punhos sábricos e língua sagaz

Por deixar ainda os dentes e cabelos como memórias apenas

Sem um registro dos dias de esqueletos que no começo encontra o fim

“Verme! Verme! Que dissestes?!”

“Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”

Paulo Vitor
Enviado por Paulo Vitor em 21/02/2010
Código do texto: T2099574
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