Adão
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados com a consolação com que nós mesmos somos consolados.”
Eu nasci da morte de meus pais
Salvo em destino rubro pela fé sobre guerras
Onde terras escondem os que dormem sem sentirem
O sono vagar no suspiro de seus corpos.
Ignorante eu tomo a água de suas bocas
Tal qual uma fera sedenta contrária a sua espécie
Que livre dos céus suspende as forças contra a vida
Faz nascer a derrota das rochas da fortaleza
Sinto que nasço de novo do primeiro ser contínuo
Um homem além de um homem de sangue e carne
Por três sóis, três graças e o cântico da vida.
A alma precisa de glória, de luz, de tempo.
Justifique minhas palavras na força da expressão,
No fôlego dos mártires, nas chamas de inquisidores.
A mão fará dos mares vir a febre e do magma a esperança
Todas as forças de todos os nervos colherão o mesmo fruto.
A união será a mesma, o homem um só
Herdeiros de punhos sábricos e língua sagaz
Por deixar ainda os dentes e cabelos como memórias apenas
Sem um registro dos dias de esqueletos que no começo encontra o fim
“Verme! Verme! Que dissestes?!”
“Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”