Enígma (2)
Expressão misteriosa
Que guarda segredo em seu olhar
Retrata a angustia desastrosa
De quem há muito deixou de amar
Os lábios cerrados ressequidos
Isentos de qualquer emoção
Sem vestígios dos beijos recebidos
Silenciam cada grito de ilusão
Olhos carregados de rancor
Inspiram-me ternura e piedade
A Alma agoniza em desamor
E se vê condenada à insanidade
Vulto sombrio e assustador
Que a vida já não mais alcança
Esquece que sua essência é puro amor
Pois há muito desistiu da esperança.
Medo, desespero, agonia
Tristeza, loucura e tormento
Sua face se transforma em poesia
E o poeta... Em seu sofrimento!