DE REPENTE

De repente, mergulhada em bruma

lama sem rumo caída na vereda da ausência.

Em rajada de mau vento

meus sonhos amputados

meu sangue coalhado

na voragem absoluta.

Na mente

um turbilhão, a dúvida irresoluta.

Farsa, comédia, drama

revolta, dor, ressentimento?...

E o ódio enrubescendo em chama!

Porém

nos olhos vazios de espanto

choro de criança era o meu pranto.

Para além do entendimento

de repente, amada

de repente, o nada...

De repente... de repente!

(In 1ª Antologia Poética do Grupo Ecos da Poesia - ed. Abrali

lançada em Abril/2005, em S.Paulo-Brasil)

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 31/05/2005
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