A TORRE DO CAMPANÁRIO
Eu sei
E finjo inocência
Pergunto a mim o que me trazem as nuvens
No ceu passeando
E elas não me ouvem
Sequer me respondem
Somem essas amantes dos ventos
Neles se diluem
Doces algodões de brancura
Fica o azul solitário
E sob ele
A torre do campanário
Bate o sino
E espanta os versos azuis
Os azuis versos
Lá se vão as linhas
E a estrofe única
De um poema morto