Nunca fui muito de poesia;
Despediu-se
Como um anjo que vai aos ceus cuidar das almas
Foi-se
Como uma flor que murcha nos túmulos
Andou, como anda-se sem rumo
Para longe, para distante de onde caminha
Casa, sem abrigo assim sozinho
Sem desejo, sem carinho, sem um fumo
Galgou-se
Metas que desconheces
Falou-se
Sonhos que nem vivestes
Caminhou sem minha proteção pelos ares
Não se preocupou com as ondas
Nem se importou com meus suspiros
Meu bem foi e deixou meu vestido
Galopou pelo universo perdido
De ilusões que se vão
Formou-se numa vida maluca
Prolixa, louca, em vão
Nem quis saber de um beijo
Que proteção há nos imensos deuses
De desejo que existe nas Evas
Que inocência há nos Adões;
Se um beijo sozinho me faltou
que não me faltem infinitas gratidões.