Nunca fui muito de poesia;

Despediu-se

Como um anjo que vai aos ceus cuidar das almas

Foi-se

Como uma flor que murcha nos túmulos

Andou, como anda-se sem rumo

Para longe, para distante de onde caminha

Casa, sem abrigo assim sozinho

Sem desejo, sem carinho, sem um fumo

Galgou-se

Metas que desconheces

Falou-se

Sonhos que nem vivestes

Caminhou sem minha proteção pelos ares

Não se preocupou com as ondas

Nem se importou com meus suspiros

Meu bem foi e deixou meu vestido

Galopou pelo universo perdido

De ilusões que se vão

Formou-se numa vida maluca

Prolixa, louca, em vão

Nem quis saber de um beijo

Que proteção há nos imensos deuses

De desejo que existe nas Evas

Que inocência há nos Adões;

Se um beijo sozinho me faltou

que não me faltem infinitas gratidões.

a Dani Ribeiro
Enviado por a Dani Ribeiro em 20/02/2010
Código do texto: T2096752
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