ASAS DE NEBLINA
Sobram sombrias sombras nas paredes
Olham esguias os vãos da casa
Passeiam longos instantes de ressábio
Nos cantos dos quartos
Um tumulto de oração e desespero
Pende do lábio
Pulsa um sonho
Os braços se estendem em direção ao nada
Vê-se da janela
A mudez da madrugada
Lá no fim da rua
Algo se move
Se agiganta
Me suplanta
Uma lembrança tua