O mundo...

Solitário... Musgo... Ferrugem de dentes afiados... Uma imagem... Várias faces.
Azuis-celestes... Mantos de aconchego... Um céu da boca.
O mundo ganha, em si, todas as partes... Movimentados obstáculos... Manejo de dias...
Águas cristalinas...
Falar da morte... Das folhas que caem. Ainda digo: Prefiro a vida... Mesmo que essa seja um debochado espetáculo... Ainda assim, uma labuta de construir sonhos.
Mordidas na orelha... Na ponta da língua... Morder o pedaço da fruta direto na árvore... As que restam.
Àquelas eu tiro o meu chapéu... A copa da dignidade.
O mundo vira cão... Vira limo... Vira a crosta terrestre...
Viro lâminas de bocejos... Viro a cara para o outro lado...
Não olho a única certeza da vida... Morrer?... Não existe tal verbo. Existe o não estar perto... Sob os nossos olhos.
Mastigo a prosa... Canto pétalas... Movo estradas... Madeira morta?... Escultura torta.

12:25

Imagem: Josué Rodrigues Gomes (Racunhomusical)