Eu - Injustiça

Errei ao falar do texto

Fui duro sem emoção

Convenci-lhe do pretexto

Persuadi-lhe sem razão.

Ele era jovem moço

Quando então o encontrei

Beijei-lhe o pescoço

Fui cruel, o maltratei.

Eu usei os meus sentidos

O forcei a ser ladrão

A roubar dos oprimidos

Muito mais que atenção.

Ensinei-lhe a cantar

Oferecer o que esperam

Com alguns dilubriar

E com outros, ser sincero.

Sou culpado eu confesso

O meu texto é inocente

Eu usei o seu legado

Pra enganar toda essa gente.

Mas não sou culpado só

É também quem me tem lido

De leitores sou sem dó

Mais que mero oferecido.

Sou poeta indigente

Um reparador de pó

Culpado por ser gente

Infeliz por ser um só.

Eu usei o moço texto

Pra fazer tudo o que fiz

O liberte, é inocente!

Foi um mero aprendiz.