ALGOZ

Não quero o cantar dos pássaros

Enquanto ouvir o mórbido estampido

Da arma que os assassinam,

Ou o tilintar das moedas

Nas sujas mãos

Que os aprisionam;

Não quero o perfume da flor

Se não for

Trazido pelo vento

Que, livre,

Valsa o aroma do campo;

Não quero o sorriso do homem,

Enquanto ouvir palavras rudes

Transformarem suas atitudes

Em fétidas latrinas.

Quero a liberdade

Nas asas do pássaro,

O perfume da flor

Na alma do vento,

E a fraternidade

No coração dos homens!